

O esclarecimento de como funcionava o métier, teve início com o elogio que eu fiz de uma publicidade, de página inteira no Jornal do Brasil, da galeria Ralph Camargo que usava uma frase, acho que do Pollock – daquelas que hoje considero ridícula, mas que na época funcionava na minha percepção: A Arte está morta.
E foi me aplicando: “o Ralph é um ladrão, sumiu com alguns ‘metaesquemas’ e não quer me pagar”. Depois me alertou pra eu não mostrar nem comentar minhas idéias que o que mais existia era gente copiando [até hoje não valeu pra nada, continuo o mesmo... ] e sempre que possível eu passava por lá. Mas esse papo continua depois... vai ser inevitável durante o desenrolar deste projeto Histórias da Arte.
O lance que destaco agora, é a dificuldade e os cuidados ao abordar o tema da marginalia, drogas e sexo, que vou enfrentar no livro que escrevo. O Zuenir Ventura, por exemplo, acredita que o pior legado de 68 foram as drogas. Mas existem drogas e ‘drogas’... já que, pelo menos nos circuitos que freqüentei nos anos 70, as drogas tinham a sedução de ampliar a mente, a sensibilidade e os afetos. Nada parecido com nossa atualidade de crack e outras imundices.
Acredito que a solução passa pela transferência do problema para a saúde, tirando da esfera policial, onde predominam a promiscuidade, corrupção e violência...
De qualquer maneira não vou fugir ao tema: sexo, drogas e arte. Quero minhas histórias com transparência...
Foto de Helio Oiticica, no loft da Segunda Avenida, 1972, por Sagrilo. Em primeiro plano os ‘Ninhos’.
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