março 31, 2010

Rumo ao Pós-Tudo


Caos e falta de perspectivas em Vitória, o destino me leva pro Rio de Janeiro, acho que no final de 82 ou início de 83.

O período coincide com a saturação das vanguardas, a falência de algumas utopias e a emergência das teses pós-modernistas, germinadas na Bienal de Veneza de 1980, com curadoria de Achille Bonito Oliva, que dizia no texto publicado no catálogo geral da Bienal: “A nova arte se abebera no mais fundo de uma reserva inesgotável, onde abstrato e figurativo, vanguarda e tradição, vivem no cruzamento de uma pluralidade de reencontros.”

Hélio Oiticica e Glauber Rocha, dois sinalizadores... não existiam mais.

Com o estabelecimento dos paradigmas da pós-modernidade e o esvaziamento das posições políticas e estéticas que predominavam desde os anos 60, agora era o retorno ostensivo de valorização da pintura como forma praticamente única de representação artística naquele momento. E os donos de galeria praticamente substituindo os críticos na legitimação da importância das obras.

Na época eu ainda mantinha um código pessoal no desenvolvimento e apresentação de meus trabalhos: só mostrar onde eu estivesse residindo. Agora a paisagem seria carioca...

Já conhecia bem a cidade, pois a frequentava eventualmente e havia residido algum tempo no início dos 70. Primeira tarefa: freqüentar TODAS as mostras e palestras.