setembro 15, 2009
Atualidades I – Fatiando o Tempo
Ao me aventurar nos tais “vestígios de mergulhos no universo expandido da arte contemporânea” uma das primeiras constatações foi a de que existem três períodos, claramente distintos, no percurso:
1970/1979 - RESISTÊNCIA PSICODÉLICA
Representa o período de forte repressão política e cultural, anos 70, com predominância de atividades de contracultura e enfrentamentos intelectuais. Iniciado com o Estilingue, chega ao final na mostra Taru, na Galeria Homero Massena, em 1979.
Tarú, significa tempo [vocábulo anotado pelo príncipe viajante Maximilian de Weid-Neuweid junto aos botocudos ao norte do Rio Doce] e a mostra tinha muito de retrospectiva, utilizava pela primeira vez no estado a tecnologia de vídeo e anunciava a anistia próxima.
1980/2000 - CONFLITOS PÓS-TUDO
Sinaliza a opção por um caminho diferenciado na relação com os paradigmas do então emergente pósmodernismo.
A saturação das práticas vanguardistas me atingiu em 81, quando pela primeira vez apresentei publicamente pinturas e desenhos, na mostra ‘Noturnos’ na Galeria Homero Massena.
Voltando a morar no Rio de Janeiro, no início da década, pude acompanhar o surgimento dos conceitos de transvanguarda e as primeiras discussões sobre o pós-modernismo no Brasil, além de acompanhar os bastidores da Geração 80. Detalhes depois...
Após o retorno a Vitória, 1984, este período incluiu ainda uma consistente convivência e cooperação com o Balão Mágico, via tia Telma Guimarães. E depois com o povo da música eletrônica, vídeos, internet e muito diálogo com Frans Krajcberg.
Tudo ponteado por conflitos agressivos e anarquistas no que considerava babaquices da pósmodernidade, e divertidos no prazer da experimentação de novos meios.
2001/2010 - PRECIPÍCIOS SURPREENDIDOS
Marca a constatação de que os ventos sopram diferentes no novo século. Depois de criar enormes precipícios com provocações e enfrentamentos [consistentes do ponto de vista intelectual e ético], chegou o momento de avançar por caminhos inesperados.
[ilustrando: mostra “Brasil” – da série ‘Eletropajelanças’ - Galeria Homero Massena, 2005 – foto Nenna]
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