1. MUDANDO DE NOME
Ainda em 83, ao perceber as transformações radicais no sistema da arte, acreditei ser o momento apropriado para uma mudança de nome. Atílio Gomes Ferreira = Nenna. No início Nena B.
Pretendia desenvolver uma carreira internacional e o novo nome foi criado em função disso. Já tinha percebido, em viagens pelos Estados Unidos e Europa, as dificuldades que o nome original trazia na pronúncia, além de eu não ter participado – claro – da escolha. Queria me livrar das ‘energias’ que o nome trazia...
Ao ler uma matéria jornalística sobre o fato de alguns índios da Amazônia trocarem de nome durante a vida, se apropriando de outros e dando em troca um presente, fiz o mesmo ritual. Presenteei meu irmão Antônio com uma gravura e me apropriei de seu apelido.
2. COCAÍNA
Os anos 80, trouxeram além da pós-modernidade, a mudança da droga de plantão: a singela e sensível cannabis passava a segundo plano, enquanto a hiperativa, agressiva e avassaladora cocaína assumia a cena.
Comecei um período de abuso que se refletiu nos relacionamentos profissionais e pessoais, amplificados pela insatisfação com o mundinho careta e superficial que a arte tinha tomado. Deixava de existir um relacionamento crítico/jornalístico e passava a imperar o poder dos marchands e colecionadores, pois a curadoria e o universo acadêmico ainda não tinham chegado ao estágio de poder que desfrutam atualmente.
Hoje enxergo claramente a influência da droga nos aspectos negativos de minha individual [não do ponto de vista das obras, mas da produção, divulgação e decisões] assim como no meu distanciamento de Paulo Herkenhoff.
[ilustrando: estudo para Pintura Carioca, 1984]
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